Saiba como controlar melhor os gastos nas viagens ao exterior

Cartões de viagens pré-pagos são ótimas opções para substituir o cartão de crédito internacional

Para facilitar a administração de gastos durante viagens ao exterior, o Grupo FITTA, pioneiro em franchising de agências de câmbio no Brasil e líder nacional no mercado de ouro e metais preciosos, apresenta dicas aos turistas que pretendem sair do País neste momento de oscilações do dólar e de outras moedas.

Muitos acreditam que, entre as alternativas para pagamento de despesas internacionais, a melhor escolha é o cartão de crédito habilitado para este uso. Porém, além de o uso contínuo destes cartões implicar no pagamento de taxas, o valor da fatura varia com o câmbio de acordo com o dia de pagamento. É importante ressaltar que a cotação do dólar no dia de fechamento da fatura é quase sempre diferente do dia de pagamento da mesma, dificultando o controle dos gastos.

Uma excelente forma de pagamento de despesas no exterior, mas pouco conhecida entre os turistas, é o cartão de viagens pré-pago em moedas estrangeiras, que pode ser usado para saque e débito na moeda do local de destino. O Grupo FITTA oferece este produto, denominado FITTA Cash Passport, que é um cartão de bandeira Visa, aceito para compras em quase 30 milhões de estabelecimentos e para saque em mais de 1 milhão de caixas automáticos em todo o mundo. Moderno e prático, pode ser carregado em dólares americanos, euros ou libras antes e durante a viagem, de acordo com a conveniência do cliente, além de possuir senha e assinatura, o que oferece segurança em casos de extravio. Outras características que beneficiam os usuários são a isenção de anuidade e as taxas inferiores – enquanto no cartão pré-pago é cobrada taxa de 0,38% de IOF para as cargas, no cartão de crédito a IOF é de 2,38% sobre todas as transações. Entre as vantagens, destacam-se ainda o acesso ao saldo e ao extrato online, a reposição em caso de perda ou roubo e um programa de assistência emergencial global.

A empresa também reconhece a importância de levar na viagem a moeda corrente do país de destino em espécie, pois, assim, evita-se despesas desnecessárias com a troca de moedas durante o tempo de permanência fora do Brasil. Para isso, a companhia oferece a opção de troca de mais de dez tipos de moedas estrangeiras e proporciona a comodidade da entrega de valores em nível nacional, o que garante segurança e agilidade para os clientes.

Estes serviços estão disponíveis nas 32 franquias FITTA Câmbio e Turismo, espalhadas por todo o Brasil e em mais de 150 estabelecimentos que apresentam parceria de câmbio com o Grupo FITTA.

A empresa é parceira oficial de câmbio da ABAV – Associação Brasileira de Agências de Viagens, e da ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis.

Laser verde ameaça segurança de aviões

Luz apontada contra pilotos aumenta risco de acidentes em 2010 foram 60 casos

Glauber Gonçalves

A popularização de aparelhos de raio laser portáteis verdes está preocupando as autoridades aeronáuticas do País. No ano passado foram registrados cerca de 60 incidentes em que esses dispositivos, semelhantes aos modelos usados em aulas e palestras – porém com um feixe de alcance e luminosidade bastante superiores -, foram direcionados para aviões prestes a pousar ou logo após a decolagem, colocando em risco a segurança dos voos.

Além de causar cegueira temporária e outros danos à visão dos pilotos, os raios podem distraí-los, aumentando as chances de um acidente. O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro José Pompeu dos Magalhães Brasil Filho, não descarta que isso possa ser o motivo da queda de uma aeronave.

"A aproximação para pouso e a decolagem são as fases mais críticas de voo. O piloto tem de estar com a atenção totalmente voltada para esses procedimentos, pois qualquer distração coloca em risco aquela operação", afirma o brigadeiro.

Segundo o Cenipa, os delitos foram registrados em 12 aeroportos do País. Na avaliação do órgão, o número de ocorrências, no entanto, é muito maior, pois nem todos os pilotos relatam às autoridades.

No Aeroporto do Galeão, no Rio, já há relatos de passageiros sobre o incidente, embora ainda não haja nenhum registro oficial. Desde novembro do ano passado, quando começou a viajar regularmente para Manaus, o arquiteto Rodrigo Mathias, de 26 anos, conta que já viu três vezes o laser verde sendo apontado para o avião durante decolagens e pousos na capital fluminense.

"Aconteceu à noite, quando o avião não estava voando muito alto. Dá para ver um ponto luminoso verde no chão. Como a pessoa fica manipulando o feixe, quando ele te atinge, ofusca a visão." O passageiro conseguiu identificar a origem dos raios: bairros da zona norte da capital fluminense e municípios da região metropolitana.

A prática é crime e a punição prevista no Código Penal é de detenção de 2 a 5 anos. Em um dos casos ocorridos no ano passado, um piloto avisou imediatamente a torre do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. Uma unidade da polícia foi acionada e enviou um helicóptero, que identificou a origem do laser e informou uma viatura.

Ao chegar ao local, os policiais descobriram que o responsável era uma criança e levaram o pai para a delegacia.

Um alerta de voo emitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em agosto do ano passado pede que os pilotos redobrem a atenção ao detectar a interferência de raios laser. O Cenipa orienta os tripulantes a relatar os casos e recebe denúncias de passageiros e outras pessoas por meio de seu site (www.cenipa.aer.mil.br), com garantia de anonimato.

Estados Unidos. No último dia 4, o Senado americano aprovou, por 96 votos a 1, a inclusão de uma regra que tornaria crime apontar um laser a aeronaves no espaço aéreo do país. A emenda será incluída na lei de orçamento da Federal Aviation Administration (FAA), órgão americano que regulamenta a aviação civil.

Segundo a agência, 2010 teve 2.836 relatos de laser apontados para aviões, o que representa um aumento de 85% em comparação ao ano anterior (1.527). A evolução dos números aponta uma popularização do laser nos Estados Unidos. Em 2005, foram cerca de 300 incidentes.

Documentos para uma viagem

Foto: Guilherme Tosetto

Quais documentos são necessários para menores viajarem pelo Brasil?
Com um dos pais, não é preciso autorização – mesmo em caso de pais separados. Se a viagem for realizada com avós, tios ou irmãos aí sim é preciso autorização judicial para menores de 12 anos. A criança deve portar ainda certidão de nascimento ou RG original ou cópia autenticada, e os acompanhantes, um documento que comprove o parentesco. Se o menor for viajar com terceiros, vale a mesma regra das viagens internacionais: documento de identidade e autorização judicial de ambos os pais. Em território nacional, crianças maiores de 12 anos podem viajar sozinhas.

E para o exterior?
Antes de viajar ao exterior é preciso checar, para os países que exigem visto, a partir de que idade ele é necessário. Se a viagem for realizada com apenas um dos pais, é necessário a autorização com firma reconhecida do outro. Para viagens com parentes, além do passaporte, é preciso autorização por escrito dos pais com firma reconhecida em cartório. Para viajarem sozinhos ou com terceiros, as crianças menores de 12 anos devem portar documento de identidade e autorização judicial de ambos os pais. Maiores de 12 anos não precisam de autorização para viajarem com terceiros, mas se embarcar sozinho, o adolescente precisa de autorização de ambos os pais.

Como tirar o passaporte?
Assim como para os adultos, é preciso fazer o agendamento online e levar o comprovante de pagamento da GRU. O menor deve estar presente com sua certidão de nascimento original, acompanhado dos pais que devem levar documento de identidade original. É preciso, ainda, preencher o Formulário de Autorização para Obtenção de Passaporte para Menor.

Quais documentos o menor precisa levar para viajar?
O novo passaporte brasileiro, emitido desde 2007, não possui algumas informações de maneira visível (como a filiação, por exemplo). Por isso, é imprescindível que menores e seus acompanhantes levem outros documentos como carteira de identidade e certidão de nascimento para a checagem no posto da Polícia Federal nos aeroportos.

E se algum dos pais ou o responsável não puder ir?
Se não for caso de morte, quando é preciso levar certidão de óbito, quem não puder comparecer terá de assinar o formulário com reconhecimento da firma em cartório, procuração pública específica ou preenchimento do formulário em outra unidade da Polícia Federal, ou repartição consular brasileira no exterior.

E se o pai ou responsável vive em outra cidade ou país?
É possível assinar o formulário, transmitido via fac-símile, ou mensagem eletrônica, Quando se trata de menor de 18 anos, será exigida autorização de ambos os genitores ou do responsável legal, Formulário de Autorização para Obtenção de Passaporte para Menor, salvo nos casos de cessação de incapacidade previstos em lei.

E se nenhum dos genitores puder comparecer?
Neste caso, o menor deve ir com um procurador até a PF e levar procuração pública específica, autorizando a emissão de passaporte outorgada por ambos os genitores. A procuração deve ter prazo de validade de até um ano. Se feita no exterior, deve ser acompanhada de tradução por tradutor juramentado e devidamente consularizada.

Na hora do embarque de avião, é necessário ter autorização judicial?
Não. Se a criança ou adolescente estiver acompanhado de maior de idade e munido com uma autorização com firma reconhecida dos pais ou responsáveis, ele pode viajar. A regra também vale se o menor estiver retornando para casa no exterior, desde que os pais autorizem via fac-símile, ou mensagem eletrônica.

Com apenas um dos pais, é necessária a autorização do outro?
Sim, exceto se for comprovada a impossibilidade material registrada perante uma autoridade policial.

E se o menor estiver desacompanhado dos pais?
Se o menor for embarcar com um parente de até 3º grau (irmãos maiores de 18 anos, tios ou avós) deve apresentar documentos que comprovem o parentesco. Se menores com idades entre 5 e 11 anos forem embarcar com acompanhante sem grau de parentesco, devem apresentar um Documento de Autorização de Viagem, com firma reconhecida em cartório por pai, mãe ou representante legal. Menores com idades entre 12 e 17 anos podem viajar desacompanhados.

Que informações deve conter essa autorização (para o caso do menor viajar sem os pais)?
Além da firma reconhecida, a foto do menor e um prazo de validade definido pelos pais ou responsáveis para a autorização também devem constar no documento. A autorização deve ser impressa em duas vias: uma ficará retida com o a agente da PF, e a outra, deve ser portada pelo menor ou acompanhante durante a viagem. Deve ser anexada ainda uma cópia do documento de identidade do menor, ou termo de guarda ou tutela, na via que será retida pela Polícia Federal.

Viajar de cruzeiro exige algum documento específico?
As crianças ou adolescentes que viajarem acompanhados de maiores de 18 anos devem apresentar uma autorização com firma reconhecida, foto do menor e validade definida pelos pais para viajar. Neste caso, também não é necessária a autorização judicial. O documento deve ser impresso em duas vias, uma para a Polícia Federal e a outra ficará em poder do menor ou acompanhante.

Para viajar de ônibus é necessário uma autorização judicial?
Sim, para o caso de embarque de crianças menores de 12 anos desacompanhadas dos pais ou parentes próximos (irmãos ou tios maiores de 21 anos, avós etc.). A autorização judicial deve ser solicitada em fórum ou no Juizado de Menores. Crianças maiores de 12 anos, devidamente documentadas, viajam normalmente.

Fluxo de turistas no Brasil

Estatísticas e Indicadores 2008/2009/2010 – 25/05/2010

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Brasil recebeu 4,8 milhões de turistas estrangeiros em 2009
Argentinos lideram o ranking de entradas no país, com mais de 1,2 milhão de visitantes 
A retração do turismo mundial em 2009 afetou a vinda de estrangeiros ao Brasil. De janeiro a dezembro do ano passado, o país recebeu 4.802.217 turistas estrangeiros, número 4,9% menor do que em 2008 (5.050.099). A Europa, maior emissora de turistas do mundo e com alguns dos países mais afetados pela crise econômica mundial, foi responsável por grande parte do recuo.

A maior queda foi registrada no mercado português, 17,4%. Na Espanha, foi de 13,8%. Portugal e Espanha estão entre os países mais afetados pela crise.

Os argentinos, líderes no ranking de estrangeiros que mais visitam o Brasil, não só mantiveram a posição como vieram em número ainda maior para o Brasil em relação aos anos anteriores. Foram 1.211.159 em 2009, 193.484 a mais do que em 2008. A maioria desses “novos” turistas argentinos, 101 mil, vieram ao Brasil por terra, o que confirma o acerto da estratégia do Ministério do Turismo de aumentar a promoção do Brasil nos países vizinhos. "O fluxo intra-regional é responsável pela maioria das viagens internacionais em todo o mundo. O fenômeno é observado nos destinos europeus, asiáticos, e também na América do Sul. Daí a atenção dada à promoção internacional nos últimos anos", afirma o ministro do Turismo, Luiz Barretto. "Temos de considerar ainda que a redução no fluxo de visitantes estrangeiros foi compensada pela grande movimentação do mercado doméstico", diz. Em 2009, foram registrados 56 milhões de desembarques aéreos domésticos, recorde histórico e número 3,7% maior do que o registrado em 2008.

O ano começou promissor, com sinais de crescimento do fluxo de turistas estrangeiros para o Brasil. Em janeiro e fevereiro de 2010, o número de desembarques aéreos internacionais cresceu, em média, 16,53% em relação ao mesmo período do ano passado. O gasto dos turistas estrangeiros no Brasil aumentou em média 16% no primeiro trimestre em relação ao três primeiros meses de 2009 (o cálculo do Banco Central considera as trocas cambiais oficiais e os gastos com cartão de crédito).

"Os resultados dos primeiros meses do ano mostram que 2010 será o ano de consolidação dos resultados alcançados até agora, numa curva de crescimento em que 2009, com a crise econômica mundial, foi a exceção", diz a presidente da Embratur, Jeanine Pires. De 2003 a 2009, a receita em dólares gerada pelos estrangeiros que visitam o Brasil cresceu 114%, passando de US$ 2,47 bilhões para US$ 5,3 bilhões. No mesmo período, a evolução da receita do turismo mundial foi de 66%, e o crescimento das exportações brasileiras, em geral, de 109%.

Fonte: ASCOM

Vida de quem viaja de avião à trabalho

Os executivos brasileiros já não têm receio de voar. Têm medo de aeroportos. O caos aéreo no País, com terminais superlotados e atrasos nas decolagens, causa prejuízos incalculáveis aos negócios

O empresário paulistano Carlos Bremer, sócio de uma das maiores consultorias de gestão do País, a Axia Value Chain, não é seguidor de filosofias orientais nem adepto de meditação ou ioga. Nas últimas semanas, no entanto, ele tem diariamente se esforçado, entre uma viagem e outra, a cultivar a paciência dentro dos aeroportos brasileiros.
O mantra, segundo ele, não surgiu por opção, mas por necessidade. Quase por trauma. No início do mês, Bremer partiu do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, rumo à cidade catarinense de Joinville.

alt "Cortei 50% das viagens a trabalho. Nossos aeroportos não oferecem nem cadeira nem ar-condicionado" – Sérgio Amado Presidente da Ogilvy Brasil – Foto: Rodrigo Paiva (RPCI/Ag.IstoÉ)

A intenção era se encontrar com um potencial grande cliente. A viagem aérea de apenas 520 quilômetros, que levaria pouco mais de cinco horas se fosse feita de carro, demorou oito horas até o destino final.
Depois de esperar duas horas para decolar em São Paulo, foi obrigado a desembarcar em Curitiba porque o terminal aéreo de Navegantes, onde a aeronave deveria ter aterrissado, não estava em operação.
Da capital paranaense, ele teve de tomar um táxi para chegar a tempo à reunião. Na estrada, o tombamento de um caminhão bloqueou o acesso. Como era região de serra, o celular estava sem sinal e não pôde avisar que não cumpriria o horário combinado.
Após encontrar uma alternativa, chegou ao encontro com duas horas de atraso. Era tarde demais. O presidente da empresa já havia partido para outro compromisso. “Sufoco! Viajar virou sinônimo de problema. E, no mundo dos negócios, esse problema tem se traduzido em prejuízos.”

alt Wanderson Castilho, da E-net: viagens de carro se tornaram alternativa à demora nos aeroportos – Foto: Thiago Bernardes

O drama vivido por Bremer se tornou rotina na vida de empresários e executivos no País. Mas não precisaria ser assim. Um estudo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) constatou que a falta de planejamento da malha aérea causa um aumento médio de 27% no trajeto dos voos domésticos – em 2009, cada passageiro percorreu 995 quilômetros por viagem, em um percurso que seria de 788 quilômetros se fossem reduzidas as conexões.
Atualmente, quem sai de São Paulo com destino às maiores capitais do Norte e do Nordeste precisa parar no sobrecarregado Aeroporto de Brasília, eleito pela Forbes o pior do mundo. No ano passado, segundo a revista, apenas 27% dos voos saíram na hora prevista, e o restante com atraso médio de 52 minutos. Nesse ranking aparece ainda Cumbica (3º) e Congonhas (4º), em uma lista com 160 aeroportos.

alt Carla Sarni, da Sorridents: para cumprir a agenda de viagens, adotou o helicóptero para curtas distâncias – Foto: FramePhoto

Essa situação vexatória e que, sob a ótica dos negócios beira o caos, obrigou o presidente da agência de publicidade Ogilvy, Sérgio Amado, a tomar uma medida extrema: reduzir pela metade suas viagens a negócios.
Na semana passada, ele promoveu uma reunião com parceiros internacionais por vídeoconferência para evitar a maratona de conexões, embarques e desembarques. “Os aeroportos brasileiros estão no limite, e isso gera muitos problemas para quem precisa viajar a trabalho.
Só entro em algum aeroporto se for muito necessário”, desabafou o executivo. Os problemas vão além das filas nos check-ins, dos atrasos nas decolagens ou na confusão das esteiras de bagagens.

alt “Nossos aeroportos não têm ar-condicionado, os funcionários são despreparados e não há sequer assentos para a quantidade de passageiros em espera. Ver pessoas sentadas no chão é uma cena comum”, afirmou.
Para não sentar no chão nem enfrentar filas e atrasos, Wanderson Castilho, presidente da E-Net Security, consultoria especializada em fraudes na internet, tirou o carro da garagem. Mesmo enfrentando o cansaço de horas ao volante, Castilho afirma que pegar a estrada pode valer a pena.

alt “A agilidade, principal vantagem do avião, deixou de existir. Antes eu saía do escritório duas horas antes da viagem, aumentei para três ou quatro horas para evitar perder as reuniões. Mesmo assim, com aeroportos abarrotados, perdia. Agora, se posso, vou de carro.”
A superlotação dos aeroportos, que cada vez mais se parecem com rodoviárias em organização, é facilmente explicada nos indicadores que mostram o crescimento do tráfego aéreo no País.
Entre 2003 e 2010, o número de passageiros dobrou sem que houvesse investimentos na ampliação dos terminais. Segundo a Infraero, em 2003 pouco mais de 71,2 milhões de pessoas chegaram ou saíram dos aeroportos brasileiros – em voos nacionais e internacionais –, enquanto em 2010 este número atingirá 141,3 milhões de passageiros.

altRoberto Nogueira, da Unique Garden: ele elaborou uma cartilha para evitar problemas nos aeroportos do País – Foto: Patricia Araujo

“Poucos setores da infraestrutura nacional foram tão negligenciados nos últimos anos como o transporte aéreo. A situação está muito próxima do colapso”, afirmou o consultor Alexandre Gaidargi, especialista em aviação comercial na América Latina.
O alerta de colapso disparado pelo consultor Gaidargi já não desperta a atenção da empresária Carla Renata Sarni, presidente da rede odontológica Sorridents, com 160 unidades pelo País em 12 Estados.
Sem muita alternativa para cumprir a agenda de visitas, reuniões, palestras e congressos, ela adotou o helicóptero para se deslocar entre trabalho e aeroporto, aeroporto e reunião.

alt Carlos Bremer, da Axia Value Chain: experiências traumáticas em viagens têm gerado estresse e prejuízos nos negócios – Foto: Rafael Rupsel (Agência IstoÉ)

“Muitas vezes, preciso estar em três cidades diferentes no mesmo dia. Como não tenho como escapar dos problemas dos aeroportos, me desloco de helicóptero dentro das cidades para conseguir cumprir meus horários”, garantiu a empresária.
O diretor-executivo da rede Unique Garden Spa & Resort, Roberto Nogueira, também traçou uma estratégia de guerra para driblar o caos aéreo e criou uma cartilha de viagens.
Entre os mandamentos está levar apenas mala de mão, nunca embarcar em horários de pico ou chegar à noite em capitais violentas e antecipar em um dia o voo de ida. “Durante muito tempo, tive pavor de avião. Agora, tenho medo é de aeroporto”, disse o executivo.