Justiça vai retirar dos aeroportos aviões ociosos de empresas falidas, como a VASP

São Paulo – As 27 aeronaves ociosas da Vasp, que estão espalhadas pelos aeroportos brasileiros, serão o primeiro alvo do Programa Espaço Livre, lançado hoje (2), em São Paulo, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo do programa é, até o fim do ano, retirar do pátio dos aeroportos todos os aviões que estão sob custódia da Justiça, vinculados às massas falidas (credores) das empresas aéreas quebradas.
Segundo informações do CNJ, a estadia de cada avião parado nos terminais custa R$ 1,2 mil por dia aos credores. Essas aeronaves ocupam grandes áreas que poderiam ser utilizadas de outras maneiras para otimizar os terminais. os aparelhos também estão se deteriorando rapidamente, perdendo valor econômico. Nove aviões da Vasp estão no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, ocupando uma área de 170 mil metros quadrados (m²). Também há aviões da Vasp estacionados nos aeroportos do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, Salvador, Manaus, Brasília, Campinas e Guarulhos.
De acordo com a ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon, o sucesso dos leilões está garantido pelo fato de que as aeronaves não serão vendidas inteiras, e sim, desmontadas, tendo as partes leiloadas na medida em que haja interesse. "Existe muita gente interessada em comprar essa sucata, que é rica. Há muitos componentes da aeronave que têm grande valor e, por isso mesmo, temos um avaliador qualificado que nos auxiliará", disse a magistrada.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou que os aviões serão desmontados e as peças armazenadas em espaços externos dos aeroportos. O dinheiro arrecadado com o leilão será encaminhado para a massa falida, que é a proprietária dos aviões.
O custo do desmonte, em torno de R$ 3 mil, e do armazenamento das peças será bancado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). "É muito mais barato para a Infraero arcar com esse custo do que manter ocupado o espaço do pátio onde não se tem como cobrar taxas de ocupação compatíveis", disse Jobim.
O ministro explicou que a remoção dessas aeronaves ociosas permitirá o uso mais racional dos espaços aeroportuários, aumentando, inclusive, a capacidade de pousos e decolagens.
O juiz auxiliar da Corregedoria do CNJ, Marlos Melek, explicou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fará um laudo para avaliar quais as aeronaves que ainda têm condições de uso. Ele disse que é impossível calcular o prejuízo por causa de todos os aviões parados. "Se contabilizarmos seis anos que 170 mil metros quadrados estão sem uso e com um piso pronto para o deslocamento dos aviões, o prejuízo é incalculável. Isso falando só de Congonhas. Se a Infraero licita esse espaço, além do movimento de aviões, teria um terminal de passageiros com restaurantes, pontos de venda, bancos".
Segundo o CNJ, depois da Vasp, o programa vai retirar os aviões de outras companhias aéreas falidas, como Transbrasil, Fly e Skymaster. O programa também vai abranger os aviões apreendidos em processos criminais, que devem ser retirados dos pátios até agosto.

Mercado aquece e companhias brasileiras investem em novas aeronaves (Update V)

Mais uma atualização em nosso boletim que trata da chegada de novas aeronaves para empresas brasileiras. Desta vez os destaques (em azul) são para novos  recebimentos na Passaredo, Rio Linhas Aéreas, TAM e  Trip.  A Azul anunciou dia 20 de julho, na Feira de Farnborough, na Inglaterra a compra de 20 ATR 72-600 com mais 20 opções, por US$ 850 milhões de dolares. A aeronave tem com custo unitário de US$ 20 milhões de dolares e custo operacional praticamente um terço menor que os jatos operados pela companhia. A estratégia para as novas aeronaves, que entre encomendas firmes e opções deve chegar a 20 ATRs, é de utilizá-las em cidades de menor porte para alimentação dos voos chaves da empresa, nos Embraer 190 e Embraer 195. Os ATRs devem começar a ser entregues a partir de agosto de 2011.  No dia anterior (19), a Azul comprou mais cinco jatos Embraer 195. O valor total do negócio, referido a preço de lista, é de US$ 211 milhões, nas condições econômicas de janeiro de 2010. Os cinco jatos serão entregues ainda este ano e  até dezembro a Azul contará com 26 E-Jets. Somando-se às 36 aeronaves contratadas em março de 2008 (cinco Embraer 190 e 31 Embraer 195), a Azul tem agora um total de 41 pedidos firmes para  jatos da Embraer, além de opções para outras 20 aeronaves e direitos de compra para mais 20. A Azul deve fechar 2011 com 38 aeronaves, 2012 com 50 e 2013 com 62 aeronaves, contabilizando somente aviões da Embraer. Com a chegada de um novo Embraer 195 esta semana, a Azul possui agora 10 Embraer 190 e 6 Embraer 195, devendo receber outros 10 Embraer 195 em 2010.

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Em visita a feira inglesa, o presidente da Trip, José Mário Caprioli,  fechou no dia 19 de julho, a compra de dois jatos Embraer 190, com capacidade para 106 passageiros. O valor do negócio, referido a preço de lista, é de US$ 80 milhões, com base nas condições econômicas de janeiro de 2010. A Trip opera atualmente seis jatos Embraer 175, configurados em classe única com 86 assentos. Existe opções para outras dez aeronaves (duas confirmadas hoje) e direitos de compra para mais 15. A companhia aérea brasileira deverá receber seu primeiro avião Embraer 190 no segundo trimestre de 2011. Paralelamente ao negócio com a Embraer a Trip continua recebendo as aeronaves encomendadas da ATR. O próximo ATR 42-5000, prefixo PR-TKC, já está recebendo os últimos detalhes antes da entrega.

Na semana passada a TAM recebeu dois novos Airbus A321 elevando sua frota para 140 aeronaves, sendo 24 Airbus A319, 82 Airbus A320, 7 Airbus A321, 18 Airbus A330-200, 2 Airbus A340-500, 4 Boeing 777-300ER e 3 Boeing 767-300ER. Entre 28 e 29 de julho a companhia receberá um novo Airbus A319-132 (PT-TME), elevando para 25 os A319 da companhia. Além deste A319 a companhia tem previsão de receber outra aeronave deste modelo no próximo mês de outubro (PT-TMF), 10 A320, 1 A321 e 2 A330.

A Passaredo também está recebendo mais  um ERJ 145. Trata-se da oitava aeronave do modelo na companhia.

Além dos passageiros temos um mercado em franca expansão,  o de carga aérea. A Master Top Airlines (MTA), empresa cargueira com base em Campinas, recebeu um Airbus A300B4-203F para ampliar sua capacidade de carga. Esta aeronave fez seu primeiro voo em 15 de setembro de 1982 na extinta Eastern Airlines, depois passou pelas empresas Continental Airlines, Taesa, Panam, Air Alfa, Air Macau e Tradewinds. Originalmente era um avião cargueiro e foi convertido em novembro de 1998. A MTA já possui 3 Douglas DC-10-30F cargueiro em sua frota. O  prefixo do Airbus da MTA por enquanro é N501TR. O Airbus A300 já operou nas companhias Cruzeiro, Varig e Vasp, regularmente no Brasil. A Master Top Linhas Aéreas, venceu o pregão eletrônico dos Correios, com o lance de R$ 44,9 milhões, para operar a linha 12, Manaus-Brasília-São Paulo.

A Rio Linhas Aéreas já recebeu seu terceiro Boeing 727-264F, prefixo PR-IOC, em Curitiba, e deverá receber a quarta aeronave em breve, um Boeing 727-224F, de prefixo PR-IOD.

A Varig Log, que passa por recuperação judicial, deve receber em setembro o Boeing 737-408F, que atualmente está sendo convertido para cargueiro, em Miami. A aeronave entrou em operação em abril de 1991 na Icelandair e em 2002 na Aegean, ambas com passageiros.

A Sideral, de Curitiba, em breve começa suas operações com um Boeing 737-300 cargueiro e a CargoBis, só aguarda seu primeiro Boeing 757 cargueiro para iniciar operação da malha logística. Fonte:Aviação Brasil