Procedimento tomado por piloto da TAP foi correto, acreditam especialistas

Baseados nas informações disponíveis sobre o acidente com o avião da TAP neste sábado, especialistas ouvidos pelo eBand acreditam que os procedimentos tomados pelo piloto foram corretos.

Em caso de pane em uma das turbinas, o melhor é seguir o que o piloto da TAP fez, ou seja, pousar o quanto antes. “Por questões de segurança, procura-se pousar o mais rápido possível para evitar a perda do outro motor”, explica o comandante Giuttone França.

Caso não tivesse pousado, ainda assim o avião poderia ter continuado o voo em segurança. Segundo o investigador de acidentes aéreos Douglas Machado, aeronaves deste tipo possuem autonomia para voar por até 180 minutos com apenas uma das turbinas. “A capacidade é para terminar de atravessar o oceano em casos mais graves”, explica.

Procedimento padrão

O investigador Douglas Machado explica que os modelos da Boeing possuem um sistema totalmente automatizado. “O piloto recebe informações eletrônicas do próprio motor apontando qual procedimento deverá ser tomado”. Após as mensagens, cabe ao comando da aeronave decidir qual a decisão mais sensata. “É uma questão de decisão de comando. Não se deve, em hipótese alguma, arriscar continuar a viagem só com um motor. A não ser que você esteja em uma região oceânica ou algo parecido”, afirma o comandante Giuttone.

No caso do voo 186 da TAP, a aeronave partia do Rio de Janeiro em direção a Lisboa. A pane ocorreu antes mesmo de o avião deixar o continente. Em caso de incêndio em uma das turbinas, o piloto teria que pousar imediatamente, mas, “como não foi registrado fogo, ele teve a opção de ver qual a melhor decisão a tomar. Ele não iria arriscar aterrissar em um campo sem boas condições para um possível resgate”, explica Giuttone.